CENTRO CULTURAL SAN FRANCISCO SOLANO

 

Terra indígena

Venha, meu filho,

Olha, o sol está nascendo,

E a névoa no céu sobe,

Na alma virgem de todos os pecados,

Nossas riquezas estavam lá,

Hoje, machucado e saqueado.

Nada muda,

Embora tudo pareça estar mudando,

Nada muda em suas idéias estranhas,

Para querer comprar,

Ou vender o que é sagrado para nós.

Terra indígena onde nasci,

Terra, minha terra,

Minha mãe, meu pai, meus filhos,

Minhas palavras levadas pelos ventos,

São frutas sempre nutritivas,

Eles sempre permanecerão benevolentes.

 

É necessário te dizer,

Longe da lei do efêmero,

Que minha terra é uma série de pinturas,

Um buquê de flores, canções e danças,

De cores, de perfumes, às vezes de transes,

Da água clara e límpida dos riachos,

Paixões ardentes alimentadas pela seiva das estações.

 

É importante perguntar a si mesmo,

Do tom particular e singular,

Quem governa nossas sensibilidades,

Nossas inspirações profundas,

Para respeitar o frescor do ar,

O búfalo das grandes planícies,

O cavalo galopando sem fôlego,

A águia soberana das montanhas,

A beleza dos rios e rios,

O sangue dos nossos antepassados,

Eu choro por todas essas forças, Torne-se dramas.

 

Com massacres, desprezaram os nossos irmãos e irmãs,

Mancha nossas cinzas,

extingue a fumaça divina da paz,

Novamente, meu filho, ouço suas vozes cantando,

Como o recém-nascido, sinto seus corações,

Em uníssono, bata nas peles do bisão.

O espírito de nossos pais, para sempre,

Sempre viverá no coração de nossas mães,

Talvez sejamos irmãos nesta terra.



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